Ritual da Menstruação na India
Nas culturas antigas acreditava-se que as mulheres estariam no auge de seu poder quando menstruadas. De modo universal, a menstruação marca o início da vida adulta e era acompanhada por rituais e celebrações. Vocábulos em diversas línguas relacionados com sacralidade, magia e mistério são utilizados para descrevê-la.
A menstruação nas meninas é um paralelo da iniciação dos meninos na vida adulta, sendo tratado com muita reverência e respeito. Este introito representava o nascimento, a fertilidade e a própria vida. Em muitas culturas, o ciclo menstrual estava diretamente ligado aos ciclos lunares.
Segundo a escritora Rosemary Dudley, ‘Na Índia, o calendário lunar, possivelmente um dos primeiros deste tipo, ainda está em uso hoje... O total de 28 dias é tanto o ciclo menstrual como o ciclo lunar, com a Lua Cheia sendo uma representação cósmica da gravidez e a Lua Nova a promessa de renascimento. Estas crenças são aparentemente universais, pois as fases lunares registradas em pedaços de ossos pré-históricos são consideradas como uma representação dos ciclos das mulheres'
.Na Índia, onde os rios se colorem de vermelho do óxido de ferro, lavado nas suas bacias pelas chuvas de monção, os adeptos da crença tântrica tomam a água como se fosse o 'ritu', o sangue menstrual de 'Devi', a divindade criadora. Em outras regiões da Índia, os crentes envolvem com um pano vermelho a estátua de 'yoni', que simboliza o órgão genital feminino. O vocábulo 'ritu', ou seja, o sangue menstrual é o radical da palavra 'ritual'. A menstruação também é conhecida como 'pusga' ou 'flor' (em inglês também pode ser 'flower': aquela que flui), que ao mesmo tempo serve para descrever 'menstruação = florescimento da mulher'.
Muitas mulheres e meninas na Índia ainda acreditam na ideia folclórica de que menstruação é algo contagioso e que, dessa maneira, o simples fato de encostar em algum alimento durante esse período já é suficiente para que ele fique envenenado.
Enquanto estão menstruadas, muitas mulheres ficam longe da cozinha e de qualquer atividade ligada a ela, de modo que isso seria suficiente para evitar a “contaminação”.
Hoje, várias culturas consideram a menstruação como algo sujo e vergonhoso. Na Índia, por exemplo, as mulheres compram absorventes embrulhados em embalagens de papelão, para “disfarçar” o conteúdo. Durante o ciclo, deixam de sair de casa, e a falta de água muitas vezes dificulta que as toalhinhas sejam corretamente higienizadas.
Uma mulher menstrua cerca de 400 vezes durante a vida. A cada mês, os hormônios estrogênio e progesterona sofrem diminuição brusca em sua produção nas células ovarianas. A quantidade reduzida do primeiro hormônio torna a mulher mais sensível, tanto fisicamente quando psicologicamente. Como consequência da baixa na progesterona, a membrana mucosa que reveste o útero, o endométrio, descama. Entre dois e oito dias, o corpo feminino elimina diariamente cerca de 100ml de sangue. Depois de um período de prontidão, à espera de uma possível gravidez, o útero se desmobiliza. É um ciclo que se repete entre 21 e 35 dias.
Que é MENSTRUPEDIA?
Lançado em 2012, Menstrupedia é um esforço para abrir a conversa sobre a menstruação na Índia, onde a discussão do tema é tabu. A organização tem como objetivo promover a consciência e agir como um guia para períodos para meninas e mulheres, usando um livro de quadrinhos, um site, vídeos e mídias sociais.
Se quiser assista um dos videos do site aqui: https://www.youtube.com/watch?v=kATsJud538U
Agora, já pensou? Voce ser " apresentada " a todos os parentes e amigos, e vizinhos, demonstrando que voce acabou de entrar na puberdade, e teve sua primeira menstruação? Assustador não é? Mas este é mais um dos PARADOXOS DA INDIA, assiste este video.
(Se quiser assista em tela cheia, é so´clickar no quadradinho a sua direita)
Obs: Menina de familia pobre nao tem dinheiro para "purificação" então fica sendo sempre considerada SUJA nestes periodos e sofrem o resto da vida. embora atualmente muitas coisas tenham mudado, a MENSTRUAÇÃO INFELIZMENTE CONTINUA SENDO UM TABÚ.

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