Algo para meditar neste inicio de semana
ACABOU A ERA DA ABUNDÂNCIA DE ÁGUA
O jornalista americano Charles Fishman lança The Big Thirst, um novo livro sobre a água. Sua obra anterior, The Wal-Mart Effect, foi eleito o “livro do ano” pela The Economist em 2006 e um dos finalistas do prêmio Financial Times para o melhor livro de economia. Ele aborda o tema da água nesta entrevista.
O sr. diz que não teremos mais água que tenha ao mesmo tempo três qualidades: ilimitada, barata e segura. Por que não?
Fomos
mimados. No mundo desenvolvido foram construídos, há cem anos, os
sistemas de abastecimento mais bem projetados e realizados. Funcionaram
tão bem que fizeram das nossas cidades centros urbanos viáveis,
criativos, saudáveis e vibrantes do ponto de vista econômico. Esses
sistemas se tornaram tão perfeitos que permaneceram – até hoje –
invisíveis.
Quando abrimos a
torneira, pressupomos que a água esteja ali, pronta, e que a rede de
abastecimento enterrada no solo esteja funcionando. Ambos os
pressupostos estão ultrapassados. O crescimento populacional, o
desenvolvimento econômico e as mudanças climáticas sobrecarregam o
fornecimento.
Portanto, teremos
de nos despedir do consumo despreocupado e ingressar numa era de
utilização racional da água. Por que regamos as plantas ou damos
descarga nos banheiros com água tratada e potável?
Sua
posição sobre os inconvenientes do emprego da água potável me lembram
da questão do estacionamento. Achamos que o estacionamento gratuito é
ótimo, mas ele causa problemas – como esperar para encontrar uma vaga e
trânsito pesado. De que maneira o sr. tentaria convencer alguém de que a
água gratuita é na realidade uma coisa ruim?
A
água não é de graça. As pessoas dirão: “Eu pago a conta d”água, US$ 30
por mês, não tem nada de graça!” Bem, é quase. Meio litro de água
engarrafada custa US$ 0,99. A conta média da água de uma família, nos
EUA é de US$ 34. Portanto, temos água em casa todos os dias para tudo,
do banho ao preparo de alimentos, por US$ 1 por dia.
A
água de graça – tão barata que nunca paramos para pensar no seu custo –
é um desastre. Quando alguma coisa é de graça, o conceito é de que ela é
ilimitada. A água gratuita leva a desperdício. Produtores rurais e
gerentes de fábricas e hotéis nunca se preocupam com a quantidade de
água que usam e com seu uso inteligente. Água barata significa também
que as empresas das quais dependemos para o seu fornecimento nunca têm
dinheiro para se modernizar ou encontrar reservas.
Se
fosse possível mudar alguma coisa para resolver o problema da água –
uma melhor gestão do meio ambiente ou o fornecimento a quem não tem -,
seria o preço. Nós podemos pagar um pouco mais com o nosso notável
sistema. Mas teremos problemas se deixarmos que ele se torne obsoleto.
Suponho
que cobrar mais pela água não resolveria os problemas do mundo em
desenvolvimento. Aumentar o acesso à água potável não exigiria uma outra
mudança?
O
fundamental na questão do custo da água é o seguinte: as pessoas
pagarão pelo fornecimento de água segura, acessível e que as liberte da
escravidão de terem de caminhar ou de fazer fila para consegui-la.
Visitei
um bairro de Nova Délhi chamado Rangpuri Pahadi. Seus 3,5 mil
habitantes vivem com US$ 100 por mês. Estavam tão desanimados por ter de
ficar na fila horas a fio todos os dias que criaram sua própria rede em
miniatura. Fizeram uma campanha para angariar contribuições – um gasto
enorme para pessoas cuja renda diária é US$ 3 -, perfuraram poços e
instalaram canos que saem de um tanque de armazenamento até a choupana
de cada família.
Os que querem
água pagam por ela cerca de um dia de salário por mês. A água fornecida
pela empresa recém-criada é melhor que a da rede pública e está
disponível na hora certa. Eles pagam o equivalente aos US$ 150 por mês
que uma família americana pagaria.
O
dinheiro não é a única solução – o custo da guerra no Iraque seria
suficiente para criar redes de abastecimento para todas as pessoas da
Terra. O problema real é humano: ajudar as pessoas a dispor de um
sistema confiável é mais difícil do que parece. O problema não está na
tecnologia ou nos recursos, mas na vontade política e no conhecimento da
cultura.
No nosso país, alguma
comunidade descobriu como usar a água de modo mais econômico?
Os
produtores agrícolas usam 15% a menos de água que há 30 anos e plantam
70% a mais. A produtividade da água dobrou desde 1980. As usinas
hidrelétricas usam menos água que há 30 anos e geram mais eletricidade.
Visitei
uma fábrica de semicondutores da IBM que, em dez anos, reduziu em 29% o
uso da água ao mesmo tempo que aumentou a produção em 33%.
Orange County, na Flórida, há 25 anos tornou obrigatório o emprego da água de reúso nas novas construções. Hoje, a quantidade de água de reúso bombeada diariamente é quase igual à de água potável. O condado dobrou de tamanho, mas não precisou dobrar a quantidade de água potável. /
NYT.
TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
Atenção este artigo foi escrito em 2011, veja o link abaixo.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,acabou-a-era-da-abundancia-de-agua-imp-,719380
A CRISE DA ÁGUA NO MUNDO
Aproxima-se mais um dia mundial da
água em 22 de Março 2015, e novamente será pelo menos por um dia dado destaque a um problema
que está levando o mundo a uma crise de dimensões inimagináveis.
Apenas 0,65% da água do planeta é
potável. Os recursos hídricos são esgotáveis e estão sendo rapidamente
poluidos. Mais de 1,2 bilhões de pessoas no mundo não tem acesso seguro à
água potável.

Dois meninos sudaneses bebem água
equipados com tubos de plástico fornecidos pelo Centro Carter para se
precaverem contra as larvas de veiculação hídrica, que são responsáveis
por doenças do verme da Guiné. O Programa já distribuiu milhões de tubos
e reduziu a propagação desta doença debilitante em 70%

Soldados chineses examinam a água engarrafada após cidade de 3,8 milhões
de moradores perderem o acesso à água potável. A falta de água leva ao
pânico e os preços sobem.

Mais de 2 bilhões de pessoas no mundo dependem de poços d’água, como
esses aldeões quenianos no Patê Island, dedicam inúmeras horas para
coletar e transportar o valioso recurso.

A Índia com uma população de mais de
1,1 bilhões de habitantes está a caminho de ultrapassar a China como o
país mais populoso do mundo. Apesar da economia do país crescer
rapidamente, eles enfrentam problemas sérios com saneamento básico e
água potável. O Banco Mundial estima que mais de 20% das doenças
transmissíveis na Índia são relacionadas à água imunda.

Unidade de dessalinização na Espanha para tornar a água potável. O país
possui 700 usinas de dessalinização para produzir 800 milhões de litros
anuais.

No Brasil a desertificação já atinge 7 estados e 30 milhões de pessoas.
Além do Nordeste, problema afeta áreas em Minas Gerais e Rio Grande do
Sul, o que significa 15% do território brasileiro ou, 1,3 milhão de km2
Em São Paulo os Rios Tiête e Pinheiros acumulam atualmente 4,2 milhões
de metros cúbicos de sedimentos, volume que corresponde a 350 mil
caçambas de caminhão
Aqui onde moro a muitos anos, nunca vi racionamento de aqua, principalmente por morar no centro da cidade, onde existem muitos Hospitais, Escolas, e um Comércio intenso. Esta semana foi colocado este anuncio no nosso elevador.
Vamos meditar? Como podemos colaborar? Sabemos como, mas estamos fazendo assim? Ou estamos desperdiçando?
Lembre-se





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