Video da semana
Recebi do meu irmão,(Lucio) uma Fábula, que me fez lembrar de um Poema de Fernando Pessoa, a Fábula é esta:
Era uma vez um rei que queria ir pescar.
Ele chamou o seu meteorologista e pediu-lhe a previsão do tempo para as próximas
horas. Este lhe assegurou que não iria chover. A noiva do monarca vivia perto de
onde ele iria, e colocou sua roupa mais elegante para acompanhá-lo.
No caminho, ele encontrou um camponês
montando seu burro que viu o rei e disse: - Majestade, é melhor o senhor
regressar ao palácio porque vai chover muito.
O rei ficou pensativo: - eu tenho um
meteorologista, muito bem pago, que me disse o contrário. Vou seguir em frente.
E assim fez. Choveu torrencialmente. O rei ficou encharcado e a noiva riu-se
dele ao vê-lo naquele estado. Furioso o rei voltou para o palácio e despediu o
meteorologista.
Ele convocou o camponês e ofereceu-lhe
emprego. O camponês disse: - senhor, eu não entendo nada disso, mas se as
orelhas do meu burro ficam caídas, significa que vai chover. Então o rei
contratou o burro.
Assim começou o costume de contratar
burros, que desde então têm as posições mais bem pagas nos
governos...
Este é o video que tenho em meus arquivos ,com o Poema que é bem atual, igual os Governos deste sistema em que vivemos,veja.
Maria Bethânia
Maria Bethânia
Fernando Pessoa tinha um total de 127 heterônimos. Em que fontes o poeta se pautou para criar seus outros “eus”?
De fato, até bem pouco, o número consensual de heterônimos era aquele dado por Teresa Rita Lopes: 72. o poeta usou, pela vida, 202 nomes, dos quais 127 seriam heterônimos, que agora são descritos com suas biografias possíveis. Apesar do número enorme de heterônimos, no final da vida, Pessoa decidiu abandonar todos para reunir o melhor do que escreveu num livro de 300, 400 páginas em seu próprio nome. Apenas lhe faltou tempo, para isso, pois logo lhe veio a “mater dolorosa da angústia dos oprimidos” (morte).
De fato, até bem pouco, o número consensual de heterônimos era aquele dado por Teresa Rita Lopes: 72. o poeta usou, pela vida, 202 nomes, dos quais 127 seriam heterônimos, que agora são descritos com suas biografias possíveis. Apesar do número enorme de heterônimos, no final da vida, Pessoa decidiu abandonar todos para reunir o melhor do que escreveu num livro de 300, 400 páginas em seu próprio nome. Apenas lhe faltou tempo, para isso, pois logo lhe veio a “mater dolorosa da angústia dos oprimidos” (morte).
ULTIMATUM
Mandato de despejo aos mandarins do mundo
Fora tu,
reles
esnobe
plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas
Charlatão da sinceridade
e tu, da juba socialista, e tu, qualquer outro
Ultimatum a todos eles
E a todos que sejam como eles
Todos!
Monte de tijolos com pretensões a casa
Inútil luxo, megalomania triunfante
E tu, Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral
Que nem te queria descobrir
Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular
Que confundis tudo
Vós, anarquistas deveras sinceros
Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores
Para quererem deixar de trabalhar
Sim, todos vós que representais o mundo
Homens altos
Passai por baixo do meu desprezo
Passai aristocratas de tanga de ouro
Passai Frouxos
Passai radicais do pouco
Quem acredita neles?
Mandem tudo isso para casa
Descascar batatas simbólicas
Fechem-me tudo isso a chave
E deitem a chave fora
Sufoco de ter só isso a minha volta
Deixem-me respirar
Abram todas as janelas
Abram mais janelas
Do que todas as janelas que há no mundo
Nenhuma idéia grande
Nenhuma corrente política
Que soe a uma idéia grão
E o mundo quer a inteligência nova
A sensibilidade nova
O mundo tem sede de que se crie
Porque aí está apodrecer a vida
Quando muito é estrume para o futuro
O que aí está não pode durar
Porque não é nada
Eu da raça dos navegadores
Afirmo que não pode durar
Eu da raça dos descobridores
Desprezo o que seja menos
Que descobrir um novo mundo
Proclamo isso bem alto
Braços erguidos
Fitando o Atlântico
E saudando abstratamente o infinito.
Álvaro de Campos – 1917
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